quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Dupla Hardcore da casa.

Dando continuidade a série de entrevistas com os participantes do X Festival Casarão, segue uma feita com a banda Merda Seca. Baterista de uma das bandas mais antigas de Porto Velho, Pablo fala pra gente sobre as experiências, novidades e expectativas. Confira!



LaísMolitor: Com o propósito de, não apenas informar os já conhecedores da banda, mas também de apresentar àqueles que ainda não a conhecem, apresentem-se..
Quais os componentes da banda? Quem faz o que? Foi sempre essa formação? Como foi que aconteceu o grande encontro entre vocês? Se possível, em qual rotulação de estilo a banda se encaixa? Quanto tempo de batalha a banda tem?

Marcuse – Guitarra
Pablo - Bateria
No inicio a banda se apresentava com baixo, mas a partir de 2004 a formação se reduziu a guitarra e bateria
Normal, nos conhecemos desde 1994 através de amigos.
temos um estilo de hardcore seco e tosco, sem muitas firulas, talvez um hardcore old school.

A banda tem 9 anos.

LaísMolitor: Quais as principais influências musicais da Merda Seca?
Garotos podres (o jeito escrachado), mukeka di rato (a simplicidade de acordes), DFC (letras politizadas), Ratos de Porão (a agressividade), bandas punks dos anos 80 (a pegada)

LaísMolitor: Quais os shows mais marcantes pra vocês que a Merda Seca já fez? No estado ou fora dele...
As duas apresentações no Festival Beradeiros (2005 e 2006), simplesmente fudido.

LaísMolitor: Como funciona o processo de composição de vocês?
As vezes escrevemos primeiro as letras, as vezes fazemos primeiro os arranjos, depende muito da fase da lua ou da posição das estrelas.

LaísMolitor: As letras da Merda Seca tem um apelo político forte, qual é a principal temática defendida nessas letras? Pretende-se passar alguma mensagem ideológica?
A Merda Seca sempre priorizou as letras, sempre com o objeto de passar alguma mensagem através de letras irônicas e politizadas, acreditamos que a musica tem que ser usada como uma forma de comunicação direta, um instrumento de informação. Os principais temas são: desigualdade social, religião, pobreza política, violência e vários outros temas que infelizmente nossa nação nos brinda.
LaísMolitor: Como é pra vocês tocarem sem baixo? Não faz falta? E se faz, como vocês a suprem?
Acreditamos que o baixo não faz muita falta, se tivéssemos baixo o som ainda sim seria seco e cru, priorizamos sempre as mensagens passadas pelas letras.

LaísMolitor: Como a banda fez pra se adaptar com as trocas de guitarristas que aconteceram durante os quase 10 anos de banda?
No começo era difícil, pois tínhamos que passar todas as musicas, saber as limitações do novo guitarrista e suas influencias, e esse foi o principal motivo da banda se apresentar como uma dupla, essa com certeza sera a ultima formação da Merda Seca.

LaísMolitor: Quais as diferenças ou evoluções que vocês conseguem perceber na própria banda e no cenário regional da música independente nesses quase 10 anos de estrada?
Acreditamos que aprendemos a tocar um pouco mais (hehehehe), nos sentimos mais seguros e descontraídos no palco, percebemos melhor os nossos próprios erros, não crescemos apenas com a musica, mas também como pessoas, agora temos uma visão mais aberta para tudo. Sobre o cenário, acreditamos que quase se profissionalizou, antigamente as bandas não se importavam muito com a qualidade e nem com uma própria identidade, acreditamos que bandas que não tem musicas próprias, não tem muito espaço no cenário atual, e isso é muito bom, porque é um incentivo forçado para que as bandas façam suas musicas, assim mostrando que temos um cenário maduro e não mais de bandinhas de garagem.


LaísMolitor: O que significa pra vocês estarem entre as atrações do Festival Casarão em um ano comemorativo, levando em consideração que a banda sempre foi discriminada no pelo nome e pelo som dentre os grandes festivais?
É muito gratificante por 3 motivos: 1º por sermos lembrados pela organização nesta edição tão especial do Festival Casarão, 2º por tocarmos no mesmo dia de uma banda que sempre admiramos e sem duvida nenhuma somos diretamente influenciados (R.D.P.) e 3º por vermos que o cenário realmente cresceu, não tendo apenas bandas lado A, tornando o festival mais democrático, isso sem duvida nenhuma é um grande incentivo para formação de novas bandas.
LaísMolitor: E quanto ao festival... Quais as expectativas para a apresentação da Merda Seca? O show será apenas de músicas próprias ou vocês pretendem mandar alguns covers?
As expectativas são ótimas, nas nossas ultimas apresentações percebemos que o movimento mudou, esta renovado e com muita vontade de “fazer acontecer”, isso é como combustível para continuarmos a tocar. Tentaremos fazer uma apresentação bem compacta, sem muitos intervalos entre musicas, com uma media de 1 musica por minuto, rápidas e agressivas, 98% serão musicas próprias.

LaísMolitor: Agora pra fechar... Vocês estão com algum projeto em vista? Algo que almejem, que ainda não conquistaram, mas também não desistiram?
O nosso próximo projeto será a gravação de um CD com musicas nunca tocadas, já estamos devendo isso há muito tempo e para o próximo ano vamos fazer algo comemorativo para os 10 anos da Merda Seca, com certeza não passará em branco.






Lais Molitor - Colaboradora

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